No dia 20 de agosto, o tradicional e gigantesco Goytacaz Futebol Clube, um verdadeiro patrimônio histórico, cultural e esportivo de Campos dos Goytacazes, assoprou a velinha e completou 112 anos de história.
O clube campista, que tem como casa o estádio Ary de Oliveira e Souza, e que conta com a quinta maior torcida do estado do Rio, vive momentos de indefinições dentro e fora das quatro linhas.
Mas apesar dos pesares, nada melhor do que conversar com eles e elas que vivem o Alvianil: os torcedores.
Setorista da seleção brasileira e escritor de livros esportivos consagrados, o jornalista Cahê Mota, um dos grandes nomes do jornalismo do Grupo Globo, contou ao blog que o Goytacaz foi a porta de entrada dele no mundo do futebol.
O Goytacaz é minha porta de entrada para o mundo do futebol. A paixão gerou, acima de tudo, uma memória afetiva que acabou norteando meus rumos profissionais. Até que o jornalismo me permitisse viver os domingos de Maracanã ou viagens mundo afora, era no Aryzão que eu alimentava minhas experiências no futebol. Só vivendo para saber e entender o que é o Goytacaz, disse o craque do jornalismo campista.
A historiadora e doutora em história, Rafaela Machado, que faz sucesso nas redes sociais contando a história e cultura de Campos, também deu o seu depoimento em relação ao Goyta, que rapidamente se tornou um verdadeiro amor na vida dela.
O Goytacaz foi uma das minhas primeiras paixões assim que cheguei a Campos, isso ainda em 2006. Ser Goytacaz faz parte da minha forma de viver a cidade, a sua história e a sua cultura. Aliás, sempre digo que ser Goytacaz é um estado de espírito de campistas apaixonados que amam o que é a própria cidade, o nosso jeito de viver, de falar e de nossa identidade local.
Há nostalgia em ser Goytacaz, há admiração por uma história secular que fala sobre a própria cidade, há um sentimento de viver a cultura de Campos de uma maneira muito genuína, há orgulho em dizer que o meu time é de Campos (e para Campos) e que é dono de uma das maiores (e mais apaixonadas) torcidas do Rio de Janeiro.
No entanto, é preciso dizer que há também esperança com um futuro que seja ainda melhor e mais próspero do que o passado. Sou Goytacaz com orgulho. Sou Goytacaz com amor, disse Rafaela.
O empresário e jornalista Leo Puglia, criador de conteúdos nas redes, principalmente falando sobre o Goytacaz ultimamente, também explicou a relação com o clube.
O Goytacaz representa o que há de melhor em Campos, pois nas arquibancadas deixamos nossas diferenças de lado para compartilhar uma paixão azul. Um sentimento indescritível, que carrega o espírito dos povos originários desta Planície.
Assim o Aryzão mostra que uma democracia é possível na nossa terra, e por isso a mobilização da torcida para o estádio já entrou pra história campista. Parabéns, torcedor alvianil, por essa vitória. Parabéns pelos nossos 112! Juntos, seguiremos lutando para colocar o Goyta de volta no topo do futebol fluminense, comentou.
Um dos organizadores do “Movimento Resistência Alvianil”, o também jornalista e comunicador, Leandro Nunes, vive a expectativa por dias melhores na instituição mais que centenária.
Neste aniversário marcado por desafios e incertezas, é hora de refletir sobre o que realmente significa ser parte dessa história. O Goytacaz pode estar enfrentando sua pior fase, mas a força de sua torcida é inquebrantável, e podem ajudar a reerguer o clube das cinzas e fazê-lo voltar a brilhar nos gramados.
Assim, enquanto celebramos mais um ano de vida do Goytacaz — mesmo com as dificuldades à vista — é essencial lembrar: toda grande equipe já passou por tempestades. E quem sabe? Um novo dia pode estar prestes a nascer no horizonte do Ary de Oliveira e Souza. Que a resiliência dos torcedores seja a luz que guiará o clube rumo ao renascimento.
O poeta e cronista, Álvaro Marcos Teles, confidenciou ao blog momentos lendários vividos no Aryzão, como por exemplo uma resenha com Abel Braga, que encerrou a carreira no clube campista, por volta de 1985.
Minha relação com o Goytacaz é bem antiga. Desde criança frequento o Aryzão, que fica a poucas quadras da minha casa. Quando era adolescente eu adorava ir lá acompanhar os treinos, principalmente os coletivos. Lembro que já cheguei a bater papo, encostado no alambrado, com Abel Braga, que encerrou a carreira no clube. Um dos momentos mais marcantes pra mim foi a vitória do Goytacaz sobre o Flamengo, então o melhor time do mundo, em 1983. Foi um 2×1 mágico.
Meu pai foi comigo e ficamos atrás do gol da Saldanha Marinho. Chegamos cedo, umas duas horas antes, e vimos o Goyta fazer uma partida memorável. Para meu orgulho, todos os meus filhos também são alvianis. Nossa maior torcida, agora, é para que o Goyta volte a triunfar. E esse dia vai chegar, tenho certeza, finalizou Teles.
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